A ESTÂNCIA CLIMÁTICA DE CACONDE está localizada na
porção nordeste do Estado de São Paulo, distante
290 km da capital, 190 km de Campinas e 180km de Ribeirão Preto.
Tem extensão territorial de 471 km2, com uma malha rodoviária
de 1.500km. A sede está situada numa altitude média de 860
metros. Os pontos turísticos estão situados em altitude
superior a 900 metros e o ponto turístico mirante tem altitude
de 1.189 metros. Temos também a pedra suspensa que está
numa altitude de 1.192 metros e o Cristo Redentor com altitude de 950
metros.
Ao norte, confronta com os municípios de Tapiratiba-SP e Muzambinho-MG
com a coordenada geográfica 21º2507 de latitude
Sul, coordenada UTM de 7.630.000 metros em relação ao equador;
A Nordeste confronta com Muzambinho-MG. A Leste confronta com Muzambinho-MG
e Botelhos-MG, com a coordenada geográfica 46º 30 05
de longitude oeste, coordenada UTM de 343.000 metros com relação
ao fuso 23. A Sudeste confronta com Botelhos-MG e Poços de Caldas.
Ao Sul confronta com Poços de Caldas-MG e Divinolândia-SP,
com coordenada geográfica 21º 40 19 de latitude
sul, coordenada UTM de menos 7.601.000 metros em relação
com a linha do equador. A sudoeste confronta com Divinolândia-SP.
A oeste confronta com São José do Rio Pardo-SP e Tapiratiba-SP,
com coordenada geográfica 45º 4610, coordenada
UTM de menos 317.000 metros com relação ao fuso 23; a Noroeste
confronta com Tapiratiba-SP.
Está localizada na serra da Mantiqueira, formada a princípio
pela Mata Atlântica. Atualmente encontram-se áreas de cerrado,
reflorestamento e principalmente vegetação secundária.
A temperatura média anual é de 20º C. É banhado
pelos rios São João, São Miguel, Bom Jesus e pelo
rio Pardo. Clima de excelente qualidade.
:: ORIGEM DO NOME ::
O nome CACONDE aparece desde 1771, grafado de diversas formas, como
apelido a Freguezia de Nossa Senhora da Conceição do Bom
Sucesso do Rio Pardo. Em 1786 Cacundas, em 1797 Caconda, 1823 Caconde,
1829 Freguezia de Nossa Senhora da Conceição do Rio Pardo
de Caconde, 1832 Freguezia de Caconde e, finalmente, a partir de 1835,
passa a ser apenas Caconde.
Há duas correntes para sua origem.
A primeira, de origem lingüística tupi-guarani. João
Mendes Caldeira no seu Dicionário Geográfico da Capitania
de São Paulo, diz que Caconde é corruptela de qua-quéo-nd-e;
quebrada bem notável por onde passam muitos. E explica: de qua-quéo
passarem muitos; nd intercalação para ligar
o o ao e por causa da nasalidade da pronúncia
da palavra anterior; e, distinto, à parte. Afirma o
mesmo autor, que, segundo o padre A R. de Montóia, a palavra Caconde
é Também grafada Caquéo e Ca-que-nd-e.
A segunda hipótese é de origem africana, em razão
da presença de negros Cacundas na área. Laudelino Freire,
em seu Dicionário, registra Cacundas como sendo negros
provenientes de Angola, muito valentes e bons carregadores.
Caconda era uma povoação da África Portuguesa Ocidental,
presídio e capital do Conselho de Caconda, cujo presídio
foi fundado em 1682 por João da Silva e Souza, governador de Angola.
:: BREVE HISTÓRICO DA CIDADE ::
O descobrimento do Município de Caconde é atribuído
ao Capitão Pedro Franco Quaresma, que em 1755 estava no então
arraial de Jacuí, bem próximo à região de
Caconde. Entre os anos de 1755 a 1765 Capitão Quaresma esteve junto
com outros Paulistas, fazendo descobertas na região entre o rio
Sapucaí, o rio Grande, o rio Pardo e o caminho de Goiases e afluíram
para essa região a procura de ouro.
A primeira notícia oficial da descoberta do território do
atual Município de Caconde foi dada pelo então Sargento
JERÔNIMO DIAS RIBEIRO a D. Luis Alexandre de Souza Menezes, governador
de Santos, em carta datada de 20 de agosto de 1765. Os registros históricos
de 1765 apontam como nome NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DAS
CABECEIRAS DO RIO PARDO. Este sertanista e militar desconhecia que o governo
de São Paulo havia sido restabelecido e que era seu capitão
general D. Luiz Alexandre de Souza Menezes, razão pela qual a carta
foi enviada ao Governo de Santos.
Com a notícia da descoberta de ouro e de que este era farto (mas
na verdade os resultados não foram auspiciosos), o povoado se desenvolve
às margens do Ribeirão Bom Sucesso. Os mineradores abandonaram
as catas, mas os que se dedicavam à agricultura permaneceram na
região e outros agricultores chegaram às terras de cultura
para cultivá-las.
O dia 02 de março de 1775 é a data que deve ser considerada
como fundação da primitiva Freguesia, pois o primeiro livro
de batizado foi aberto e datado nesta data. Foi criada pelo Padre Francisco
Bueno de Azevedo e denomina-se FREQUEZIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
DO BOM SUCESSO DO RIO PARDO. De acordo com o Regimento das Minas era obrigatório
que cada descoberta de mina recebesse o nome do santo, ou santa de devoção
do descobridor.
A Paróquia de Caconde foi desmembrada da vigária de Mogi
Mirim e segundo o historiador Adriano Campanhole, o dia exato da criação
da Freguesia de Caconde, no Bom Sucesso, é 02 de março de
1775, data, também, que o Padre Bueno de Azevedo deve ter chegado
no arraial. O primeiro batizado que se tem notícia tem data de
11 de junho.
Outra versão permite que a Igreja adote a data de 19 de março
de 1775, que vem sendo comemorada, prevalecendo à emoção
e a devoção sobre a historiografia, por ter havido festividades
religiosas na freguesia, em 19 de março de 1775.
A florescente povoação entrou em decadência, em razão
da escassez de ouro nas catas e faisqueiras, e a população
transferiu-se para o local denominado Barra do Bom Jesus, no lugar denominado
Silvas, distante 3 quilômetros da cidade, onde havia sido descoberto
ouro por Inácio Preto de Morais no ano de 1781.
Entre essa data e 1820, com a escassez do ouro, tanto no Bom Sucesso,
quanto no Bom Jesus, os que se dedicavam à agricultura permaneceram
na terra e muitos outros vieram assenhorear-se do que restava, requerendo
sesmarias, ou mesmo obtendo glebas por compra e posse. No ano de 1810/1811
verificaram-se numerosas posses e pedidos de sesmarias. O ciclo da agricultura
predomina.
Existiu núcleo populacional no Bom Sucesso, outro em São
Mateus e no Bom Jesus, mas a Igreja Matriz sempre esteve no Bom Sucesso.
Permaneceu por alguns anos sem vigário e eclesiasticamente vinculada
a Paróquia de Cabo Verde, como bairro do Bom Sucesso.
Data de 27 de junho de 1820 o último falecimento registrado no
livro de enterramentos no Cabo Verde e no Bom Sucesso. Nessa
época a Igreja do Bom Sucesso já estava em ruínas
e provavelmente os moradores já haviam solicitado a restauração
da Freguezia ao visitador diocesano padre Antonio Marques Henrique quando
este passou em Cabo Verde em 08/08/1918.
A iniciativa da restauração da Freguezia é do alferes
Manoel Alves Moreira Barbosa, que em 29 de fevereiro de 1820 enviou carta,
por ele assinada, ao capitão-mor de Mogi-Mirim, José dos
Santos Cruz, pedindo apoio para obtenção de licença
para construção de nova capela.
A restauração de Caconde é de 28 de junho de 1820,
no local em que se encontra hoje.
A Paróquia não possuía patrimônio para construção
da Igreja e Miguel da Silva Teixeira e sua mulher, Maria Antonia dos Santos
doaram, 103 alqueires de terras, correspondente a um quarto de légua
em quadra, a Nossa Senhora da Conceição, para construção
da nova Igreja Matriz, em 28 de dezembro de 1822. Os doadores possuíam
no total 1.022 alqueires de terra.
Doado o terreno, inicia-se a construção da Igreja Matriz,
no local onde está hoje. Diz à tradição que
a primeira missa foi celebrada em 24 de dezembro de 1824. Nesse dia, foi
celebrada a missa inaugural do novo templo, apenas o altar-mor.
Entretanto, esse dado não é correto, pois essa data pode
ter sido a missa de inauguração. Mas, em 19 de março
de 1823, foi passada provisão ao Padre Carlos Luis de Melo, que
passou a celebrar missas. A 08 de outubro, foi passada nova provisão
e a provisão de funcionamento da Igreja é de maio de 1824.
Em 1828, a Igreja Matriz já obtivera provisão e benção
e compunha-se, unicamente, de capela-mor.
A primitiva matriz possuía uma porta frontal e duas portas de cada
lado, com degraus de pedra. Era coberta de telhas e possuía duas
torres. Na parte frontal três varandas, com um cruzeiro na frente
e junto dele um chafariz.
A Igreja passou por reformas no período de 1917 a 1920. Inicia-se,
neste ano, a reforma das torres, desaparecendo as duas torres para construir
apenas uma central, cuja obra terminou provavelmente em 1924.
Em 08 de dezembro de 1939, a Igreja já contava novamente com duas
torres. Essas duas torres foram modificadas junto com a parte externa
para alcançar estilo românico puro, sendo inaugurada em 19
de março de 1975, quando a paróquia festejou o segundo centenário.
Em 1828, a população do povoado era de 100 habitantes e
1600 em toda Freguezia. Pertencia a Mogi-Mirim. Após movimento
para iniciar a vida política, em sessão de 06 de abril de
1828, a Câmara Municipal de Mogi-Mirim nomeou o Capitão Domiciano
José de Souza para exercer o cargo de Juiz de Paz, José
Barbosa Guimarães para suplente e Joaquim Alves Moreira para o
cargo de escrivão. Nesse mesmo ano, a Câmara de Mogi Mirim
autorizou na Freguezia de Caconde três eleitores e procedeu a qualificação
dos eleitores que estariam aptos para eleger pelo voto direto o Juiz de
Paz e seu suplente.
Em 08 de dezembro de 1828, na Igreja Matriz realizaram-se as primeiras
eleições, presidida pelo juiz de paz Domiciano de Souza
e pelo padre Carlos Luis de Melo. Foram eleitos: capitão Domiciano
José de Souza, Vigilato José de Souza, Padre Carlos Luis
de Melo, Flávio Antonio Martins Ferreira, José Custódio
Dias, Francisco Ribeiro do Vale e Joaquim Alves Moreira.
O movimento para elevar a Freguezia de Caconde à Vila iniciou-se
no ano de 1863, cujo projeto de lei foi apresentado na Assembléia
pelo Deputado Casemiro Macedo e após inúmeras discussões
foi aprovado em 31 de março de 1864. O presidente da província
sancionou a Lei nº 6 em 5 de abril de 1864, elevando a Freguezia
de Caconde à categoria de Vila.
A primeira eleição para Vereadores ocorreu em 7 de setembro
de 1864, quando Caconde possuía 734 eleitores, sendo a Câmara
Municipal instalada em 21 de janeiro de 1865.
Caconde pertenceu às comarcas de Jundiaí, 1775; Itu, 1811;
Campinas, 1833; Franca, 1839; Mogi Mirim, 1852; Casa Branca, 1872.
Preocupada em ter uma justiça própria, em 10 de março
de 1866, a Câmara Municipal iniciou o trabalho, visando à
nomeação de um juiz formado para prestação
da Justiça e desvinculado de Casa Branca. Este trabalho perdurou
até 25 de fevereiro de 1874, quando o Deputado Antonio Pinheiro
Hulha Cintra, em sessão de 25 de fevereiro de 1874, apresentou
projeto de lei para destacar os termos de Caconde e São Sebastião
da Boa Vista da Comarca de Casa Branca.
O projeto foi aprovado e sancionado a lei nº 10 em 24 de março
de 1874, criando a comarca de Caconde.
Em 09 de março de 1883, foi sancionada a lei nº 10 nº
09 de março de 1883, elevando à categoria de cidade a Vila
de Caconde.
Em 05 de abril de 1966, Caconde foi constituída em Estância
Climática, através da Lei Estadual nº 9.275, após
aprovação de projeto de lei do Deputado Mantelli Neto.
:: ATUALIDADES ::
Segundo o Censo de 2000, Caconde possui população rural
de 6.559 pessoas e população urbana de 11.817. Há
9.323 homens e 9.053 mulheres.
Há 12.254 eleitores em outubro/2003 e 4.612 estudantes.
(A população total do município, hoje, está
estimada em 19.064 habitantes segundo o IBGE).
A atividade econômica predominante é agropecuária
com destaque para o café, com predominância para médias
e pequenas propriedades.
A atividade industrial de Caconde é pequena e está centrada
na área de confecção, com tendência a um bom
crescimento, tornando-se geradora de emprego rápido e atividades
ligadas ao agro-negócio, incluindo nessa modalidade olarias e exploração
de madeira.
A atividade comercial de Caconde é boa, atendendo as necessidades
e demanda da população.
Caconde, Estância privilegiada pelo seu clima, pela rara beleza
de sua paisagem, pelos atrativos naturais, pelo lago da represa Caconde,
antiga graminha, pela sua história, pela sua cultura, pelos prédios
históricos, pelos seus filhos que fizeram história, pelos
seus eventos religiosos, culturais e artísticos, além de
outros, tem, na exploração turística, uma grande
alavanca para o desenvolvimento de Caconde, a médio e longo prazo.
Temos os pontos e belezas naturais mais belas, bastando apenas que sejam
lapidados e preparados para receber o turista.
A infra-estrutura básica de Caconde, ou seja, energia elétrica,
água, esgoto, limpeza pública, coleta de lixo orgânico
e coleta de lixo reciclável atingem 99% da população
cacondense.
Na área de saúde e educação, o Município
atende as necessidades básicas da população.
:: HINO OFICIAL ::
O hino a Caconde foi composto em 1965 e oficializado em 1987 através
da Lei Municipal nº 1.483 de 18 de novembro de 1987. A letra é
de Paulo Cerqueira Luz e Música de Maria Ruth Luz.
Caconde, cidade morena Graminha que é hoje Barragem
De vida serena Dá nova roupagem
Que alegra e apraz Á vista sem par
Cativa a quem te visita Os vales tão verdes de outrora
A paisagem bonita Imersos agora
Ó Estância da paz Parecem um Mar
Avistas a Faisqueira Palmeiras Altas, formosas
Que é a fronteira Ao lado das rosas
De Minas Gerais Quais jóias em flor
Teu clima saudável
Teu povo amável Na fonte sonora
Não se esquece Jamais Que a noite decora
De luz e de cor
Estribilho És a terra dos passarinhos
Dos canários amarelinhos
Do café que tem sabor
Dos carros cantadores
Dos vasos de belas flores
Aos pés do Cristo Redentor
:: MEMORIAL JUSTIFICATIVO DO BRASÃO DE ARMAS DE CACONDE ::
|
O Brasão de Armas de Caconde foi instituído através
da Lei Municipal nº 555 de 28 de novembro de 1961, que fora aprovado
pela Câmara Municipal em 24 de novembro de 1961. Era Prefeito
na época o Sr. José Orrico e Presidente da Câmara
o Prof. Dr. Heitor de Almeida Ribeiro. |
O Brasão de Armas de Caconde é figura central da Bandeira
do Município e tem o seguinte memorial justificativo e explicativo.
escudo português (ou redondo) já consagrado pela
nossa Heráldica de Domínio, a lembrar a raça descobridora
e formadora;
de blau, isto é, azul, cor do céu, apta a receber
os símbolos que se seguirão: montes e crescente-de-lua que
contra o céu se vêem;
montes de ouro e prata, referente a acidente geológico
local, aquela região empolada de montanhas (apud Umbelino
Fernandes), à extração de ouro preponderante na história
de Caconde; diz-se heraldicamente na ponta para significar o
terço inferior do campo de um escudo, isto é, a terra que
é onde jaz o ouro;
nascente e em pala, é dizer, surgindo de entre os
montes e posto em posição vertical no escudo;
um almocrafe, símbolo central destas armas, instrumento
típico da Era Bandeirante, pela primeira vez empregado no Armorial
e, pois, a grande trawaille deste projeto, é o almocrafe
um sacho pontudo empregado nos faiscamento do ouro: característica
histórica de Caconde, que ainda guarda, como relíquias, as
suas famosas faisqueiras;
ao natural: quer dizer, representado em sua cor normal;
crescente de lua de prata: emblema religioso de Nossa Senhora
da Conceição, padroeira da cidade;
no chefe: quer dizer, no terço superior do escudo,
posto de honra reservado à mais alta dignidade homenageada;
coroa mural de ouro: ... etc ..., já estabelecida
em nosso Armorial para as cidades importantes;
ramos de café: economia maior do município;
frutificado de sua cor: apresentado em seu estado natural;
divisa AEQUE AURUM AURA, traduzindo: Tal como o ouro,
a altura (ou renome, fama, glória, etc);
de ouro em fitão de sinople: letras de ouro sobre
fita verde: evocação das cores nacionais.
Guilherme de Almeida
:: DATAS IMPORTANTES ::
20/08/1765 - Data da notícia oficial da descoberta
03/03/1775 - Data da fundação da primitiva Frequesia
28/06/1820 - Data da restauração da frequesia, no
local atual.
24/12/1824 - Data da missa inaugural do altar mor da igreja
INFORMAÇÕES OFICIAIS OBTIDAS JUNTO AO DECRETO MUNICIPAL
Nº 2489 DE 16/12/2003 E SEU ANEXO.
OBSERVAÇÃO: Este resumo da história de Caconde foi
elaborado por Dr. Nestor Ribeiro Neto (Prefeito Municipal de Caconde, administração
2001 2004), e teve como fonte principal de pesquisa o livro MEMÓRIAS
DA CIDADE DE CACONDE de autoria de ADRIANO CAMPANHOLE, EDIÇÃO
1979.
:: O MUNICÍPIO DA ESTÂNCIA CLIMÁTICA DE CACONDE
::
A ESTÂNCIA CLIMÁTICA DE CACONDE está localizada na
porção nordeste do Estado de São Paulo, distante
290 km da capital, 190 km de Campinas e 180km de Ribeirão Preto.
Tem extensão territorial de 471 km2, com uma malha rodoviária
de 1.500km. A sede está situada numa altitude média de 860
metros. Os pontos turísticos estão situados em altitude
superior a 900 metros e o ponto turístico mirante tem altitude
de 1.189 metros. Temos também a pedra suspensa que está
numa altitude de 1.192 metros e o Cristo Redentor com altitude de 950
metros.
Ao norte, confronta com os municípios de Tapiratiba-SP e Muzambinho-MG
com a coordenada geográfica 21º2507 de latitude
Sul, coordenada UTM de 7.630.000 metros em relação ao equador;
A Nordeste confronta com Muzambinho-MG. A Leste confronta com Muzambinho-MG
e Botelhos-MG, com a coordenada geográfica 46º 30 05
de longitude oeste, coordenada UTM de 343.000 metros com relação
ao fuso 23. A Sudeste confronta com Botelhos-MG e Poços de Caldas.
Ao Sul confronta com Poços de Caldas-MG e Divinolândia-SP,
com coordenada geográfica 21º 40 19 de latitude
sul, coordenada UTM de menos 7.601.000 metros em relação
com a linha do equador. A sudoeste confronta com Divinolândia-SP.
A oeste confronta com São José do Rio Pardo-SP e Tapiratiba-SP,
com coordenada geográfica 45º 4610, coordenada
UTM de menos 317.000 metros com relação ao fuso 23; a Noroeste
confronta com Tapiratiba-SP.
Está localizada na serra da Mantiqueira, formada a princípio
pela Mata Atlântica. Atualmente encontram-se áreas de cerrado,
reflorestamento e principalmente vegetação secundária.
A temperatura média anual é de 20º C. É banhado
pelos rios São João, São Miguel, Bom Jesus e pelo
rio Pardo. Clima de excelente qualidade.
:: ORIGEM DO NOME ::
O nome CACONDE aparece desde 1771, grafado de diversas formas, como
apelido a Freguezia de Nossa Senhora da Conceição do Bom
Sucesso do Rio Pardo. Em 1786 Cacundas, em 1797 Caconda, 1823 Caconde,
1829 Freguezia de Nossa Senhora da Conceição do Rio Pardo
de Caconde, 1832 Freguezia de Caconde e, finalmente, a partir de 1835,
passa a ser apenas Caconde.
Há duas correntes para sua origem.
A primeira, de origem lingüística tupi-guarani. João
Mendes Caldeira no seu Dicionário Geográfico da Capitania
de São Paulo, diz que Caconde é corruptela de qua-quéo-nd-e;
quebrada bem notável por onde passam muitos. E explica: de qua-quéo
passarem muitos; nd intercalação para ligar
o o ao e por causa da nasalidade da pronúncia
da palavra anterior; e, distinto, à parte. Afirma o
mesmo autor, que, segundo o padre A R. de Montóia, a palavra Caconde
é Também grafada Caquéo e Ca-que-nd-e.
A segunda hipótese é de origem africana, em razão
da presença de negros Cacundas na área. Laudelino Freire,
em seu Dicionário, registra Cacundas como sendo negros
provenientes de Angola, muito valentes e bons carregadores.
Caconda era uma povoação da África Portuguesa Ocidental,
presídio e capital do Conselho de Caconda, cujo presídio
foi fundado em 1682 por João da Silva e Souza, governador de Angola.
:: BREVE HISTÓRICO DA CIDADE ::
O descobrimento do Município de Caconde é atribuído
ao Capitão Pedro Franco Quaresma, que em 1755 estava no então
arraial de Jacuí, bem próximo à região de
Caconde. Entre os anos de 1755 a 1765 Capitão Quaresma esteve junto
com outros Paulistas, fazendo descobertas na região entre o rio
Sapucaí, o rio Grande, o rio Pardo e o caminho de Goiases e afluíram
para essa região a procura de ouro.
A primeira notícia oficial da descoberta do território do
atual Município de Caconde foi dada pelo então Sargento
JERÔNIMO DIAS RIBEIRO a D. Luis Alexandre de Souza Menezes, governador
de Santos, em carta datada de 20 de agosto de 1765. Os registros históricos
de 1765 apontam como nome NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DAS
CABECEIRAS DO RIO PARDO. Este sertanista e militar desconhecia que o governo
de São Paulo havia sido restabelecido e que era seu capitão
general D. Luiz Alexandre de Souza Menezes, razão pela qual a carta
foi enviada ao Governo de Santos.
Com a notícia da descoberta de ouro e de que este era farto (mas
na verdade os resultados não foram auspiciosos), o povoado se desenvolve
às margens do Ribeirão Bom Sucesso. Os mineradores abandonaram
as catas, mas os que se dedicavam à agricultura permaneceram na
região e outros agricultores chegaram às terras de cultura
para cultivá-las.
O dia 02 de março de 1775 é a data que deve ser considerada
como fundação da primitiva Freguesia, pois o primeiro livro
de batizado foi aberto e datado nesta data. Foi criada pelo Padre Francisco
Bueno de Azevedo e denomina-se FREQUEZIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
DO BOM SUCESSO DO RIO PARDO. De acordo com o Regimento das Minas era obrigatório
que cada descoberta de mina recebesse o nome do santo, ou santa de devoção
do descobridor.
A Paróquia de Caconde foi desmembrada da vigária de Mogi
Mirim e segundo o historiador Adriano Campanhole, o dia exato da criação
da Freguesia de Caconde, no Bom Sucesso, é 02 de março de
1775, data, também, que o Padre Bueno de Azevedo deve ter chegado
no arraial. O primeiro batizado que se tem notícia tem data de
11 de junho.
Outra versão permite que a Igreja adote a data de 19 de março
de 1775, que vem sendo comemorada, prevalecendo à emoção
e a devoção sobre a historiografia, por ter havido festividades
religiosas na freguesia, em 19 de março de 1775.
A florescente povoação entrou em decadência, em razão
da escassez de ouro nas catas e faisqueiras, e a população
transferiu-se para o local denominado Barra do Bom Jesus, no lugar denominado
Silvas, distante 3 quilômetros da cidade, onde havia sido descoberto
ouro por Inácio Preto de Morais no ano de 1781.
Entre essa data e 1820, com a escassez do ouro, tanto no Bom Sucesso,
quanto no Bom Jesus, os que se dedicavam à agricultura permaneceram
na terra e muitos outros vieram assenhorear-se do que restava, requerendo
sesmarias, ou mesmo obtendo glebas por compra e posse. No ano de 1810/1811
verificaram-se numerosas posses e pedidos de sesmarias. O ciclo da agricultura
predomina.
Existiu núcleo populacional no Bom Sucesso, outro em São
Mateus e no Bom Jesus, mas a Igreja Matriz sempre esteve no Bom Sucesso.
Permaneceu por alguns anos sem vigário e eclesiasticamente vinculada
a Paróquia de Cabo Verde, como bairro do Bom Sucesso.
Data de 27 de junho de 1820 o último falecimento registrado no
livro de enterramentos no Cabo Verde e no Bom Sucesso. Nessa
época a Igreja do Bom Sucesso já estava em ruínas
e provavelmente os moradores já haviam solicitado a restauração
da Freguezia ao visitador diocesano padre Antonio Marques Henrique quando
este passou em Cabo Verde em 08/08/1918.
A iniciativa da restauração da Freguezia é do alferes
Manoel Alves Moreira Barbosa, que em 29 de fevereiro de 1820 enviou carta,
por ele assinada, ao capitão-mor de Mogi-Mirim, José dos
Santos Cruz, pedindo apoio para obtenção de licença
para construção de nova capela.
A restauração de Caconde é de 28 de junho de 1820,
no local em que se encontra hoje.
A Paróquia não possuía patrimônio para construção
da Igreja e Miguel da Silva Teixeira e sua mulher, Maria Antonia dos Santos
doaram, 103 alqueires de terras, correspondente a um quarto de légua
em quadra, a Nossa Senhora da Conceição, para construção
da nova Igreja Matriz, em 28 de dezembro de 1822. Os doadores possuíam
no total 1.022 alqueires de terra.
Doado o terreno, inicia-se a construção da Igreja Matriz,
no local onde está hoje. Diz à tradição que
a primeira missa foi celebrada em 24 de dezembro de 1824. Nesse dia, foi
celebrada a missa inaugural do novo templo, apenas o altar-mor.
Entretanto, esse dado não é correto, pois essa data pode
ter sido a missa de inauguração. Mas, em 19 de março
de 1823, foi passada provisão ao Padre Carlos Luis de Melo, que
passou a celebrar missas. A 08 de outubro, foi passada nova provisão
e a provisão de funcionamento da Igreja é de maio de 1824.
Em 1828, a Igreja Matriz já obtivera provisão e benção
e compunha-se, unicamente, de capela-mor.
A primitiva matriz possuía uma porta frontal e duas portas de cada
lado, com degraus de pedra. Era coberta de telhas e possuía duas
torres. Na parte frontal três varandas, com um cruzeiro na frente
e junto dele um chafariz.
A Igreja passou por reformas no período de 1917 a 1920. Inicia-se,
neste ano, a reforma das torres, desaparecendo as duas torres para construir
apenas uma central, cuja obra terminou provavelmente em 1924.
Em 08 de dezembro de 1939, a Igreja já contava novamente com duas
torres. Essas duas torres foram modificadas junto com a parte externa
para alcançar estilo românico puro, sendo inaugurada em 19
de março de 1975, quando a paróquia festejou o segundo centenário.
Em 1828, a população do povoado era de 100 habitantes e
1600 em toda Freguezia. Pertencia a Mogi-Mirim. Após movimento
para iniciar a vida política, em sessão de 06 de abril de
1828, a Câmara Municipal de Mogi-Mirim nomeou o Capitão Domiciano
José de Souza para exercer o cargo de Juiz de Paz, José
Barbosa Guimarães para suplente e Joaquim Alves Moreira para o
cargo de escrivão. Nesse mesmo ano, a Câmara de Mogi Mirim
autorizou na Freguezia de Caconde três eleitores e procedeu a qualificação
dos eleitores que estariam aptos para eleger pelo voto direto o Juiz de
Paz e seu suplente.
Em 08 de dezembro de 1828, na Igreja Matriz realizaram-se as primeiras
eleições, presidida pelo juiz de paz Domiciano de Souza
e pelo padre Carlos Luis de Melo. Foram eleitos: capitão Domiciano
José de Souza, Vigilato José de Souza, Padre Carlos Luis
de Melo, Flávio Antonio Martins Ferreira, José Custódio
Dias, Francisco Ribeiro do Vale e Joaquim Alves Moreira.
O movimento para elevar a Freguezia de Caconde à Vila iniciou-se
no ano de 1863, cujo projeto de lei foi apresentado na Assembléia
pelo Deputado Casemiro Macedo e após inúmeras discussões
foi aprovado em 31 de março de 1864. O presidente da província
sancionou a Lei nº 6 em 5 de abril de 1864, elevando a Freguezia
de Caconde à categoria de Vila.
A primeira eleição para Vereadores ocorreu em 7 de setembro
de 1864, quando Caconde possuía 734 eleitores, sendo a Câmara
Municipal instalada em 21 de janeiro de 1865.
Caconde pertenceu às comarcas de Jundiaí, 1775; Itu, 1811;
Campinas, 1833; Franca, 1839; Mogi Mirim, 1852; Casa Branca, 1872.
Preocupada em ter uma justiça própria, em 10 de março
de 1866, a Câmara Municipal iniciou o trabalho, visando à
nomeação de um juiz formado para prestação
da Justiça e desvinculado de Casa Branca. Este trabalho perdurou
até 25 de fevereiro de 1874, quando o Deputado Antonio Pinheiro
Hulha Cintra, em sessão de 25 de fevereiro de 1874, apresentou
projeto de lei para destacar os termos de Caconde e São Sebastião
da Boa Vista da Comarca de Casa Branca.
O projeto foi aprovado e sancionado a lei nº 10 em 24 de março
de 1874, criando a comarca de Caconde.
Em 09 de março de 1883, foi sancionada a lei nº 10 nº
09 de março de 1883, elevando à categoria de cidade a Vila
de Caconde.
Em 05 de abril de 1966, Caconde foi constituída em Estância
Climática, através da Lei Estadual nº 9.275, após
aprovação de projeto de lei do Deputado Mantelli Neto.
:: ATUALIDADES ::
Segundo o Censo de 2000, Caconde possui população rural
de 6.559 pessoas e população urbana de 11.817. Há
9.323 homens e 9.053 mulheres.
Há 12.254 eleitores em outubro/2003 e 4.612 estudantes.
(A população total do município, hoje, está
estimada em 19.064 habitantes segundo o IBGE).
A atividade econômica predominante é agropecuária
com destaque para o café, com predominância para médias
e pequenas propriedades.
A atividade industrial de Caconde é pequena e está centrada
na área de confecção, com tendência a um bom
crescimento, tornando-se geradora de emprego rápido e atividades
ligadas ao agro-negócio, incluindo nessa modalidade olarias e exploração
de madeira.
A atividade comercial de Caconde é boa, atendendo as necessidades
e demanda da população.
Caconde, Estância privilegiada pelo seu clima, pela rara beleza
de sua paisagem, pelos atrativos naturais, pelo lago da represa Caconde,
antiga graminha, pela sua história, pela sua cultura, pelos prédios
históricos, pelos seus filhos que fizeram história, pelos
seus eventos religiosos, culturais e artísticos, além de
outros, tem, na exploração turística, uma grande
alavanca para o desenvolvimento de Caconde, a médio e longo prazo.
Temos os pontos e belezas naturais mais belas, bastando apenas que sejam
lapidados e preparados para receber o turista.
A infra-estrutura básica de Caconde, ou seja, energia elétrica,
água, esgoto, limpeza pública, coleta de lixo orgânico
e coleta de lixo reciclável atingem 99% da população
cacondense.
Na área de saúde e educação, o Município
atende as necessidades básicas da população.
:: HINO OFICIAL ::
O hino a Caconde foi composto em 1965 e oficializado em 1987 através
da Lei Municipal nº 1.483 de 18 de novembro de 1987. A letra é
de Paulo Cerqueira Luz e Música de Maria Ruth Luz.
Caconde, cidade morena Graminha que é hoje Barragem
De vida serena Dá nova roupagem
Que alegra e apraz Á vista sem par
Cativa a quem te visita Os vales tão verdes de outrora
A paisagem bonita Imersos agora
Ó Estância da paz Parecem um Mar
Avistas a Faisqueira Palmeiras Altas, formosas
Que é a fronteira Ao lado das rosas
De Minas Gerais Quais jóias em flor
Teu clima saudável
Teu povo amável Na fonte sonora
Não se esquece Jamais Que a noite decora
De luz e de cor
Estribilho És a terra dos passarinhos
Dos canários amarelinhos
Do café que tem sabor
Dos carros cantadores
Dos vasos de belas flores
Aos pés do Cristo Redentor
:: MEMORIAL JUSTIFICATIVO DO BRASÃO DE ARMAS DE CACONDE ::
|
O Brasão de Armas de Caconde foi instituído através
da Lei Municipal nº 555 de 28 de novembro de 1961, que fora aprovado
pela Câmara Municipal em 24 de novembro de 1961. Era Prefeito
na época o Sr. José Orrico e Presidente da Câmara
o Prof. Dr. Heitor de Almeida Ribeiro. |
O Brasão de Armas de Caconde é figura central da Bandeira
do Município e tem o seguinte memorial justificativo e explicativo.
escudo português (ou redondo) já consagrado pela
nossa Heráldica de Domínio, a lembrar a raça descobridora
e formadora;
de blau, isto é, azul, cor do céu, apta a receber
os símbolos que se seguirão: montes e crescente-de-lua que
contra o céu se vêem;
montes de ouro e prata, referente a acidente geológico
local, aquela região empolada de montanhas (apud Umbelino
Fernandes), à extração de ouro preponderante na história
de Caconde; diz-se heraldicamente na ponta para significar o
terço inferior do campo de um escudo, isto é, a terra que
é onde jaz o ouro;
nascente e em pala, é dizer, surgindo de entre os
montes e posto em posição vertical no escudo;
um almocrafe, símbolo central destas armas, instrumento
típico da Era Bandeirante, pela primeira vez empregado no Armorial
e, pois, a grande trawaille deste projeto, é o almocrafe
um sacho pontudo empregado nos faiscamento do ouro: característica
histórica de Caconde, que ainda guarda, como relíquias, as
suas famosas faisqueiras;
ao natural: quer dizer, representado em sua cor normal;
crescente de lua de prata: emblema religioso de Nossa Senhora
da Conceição, padroeira da cidade;
no chefe: quer dizer, no terço superior do escudo,
posto de honra reservado à mais alta dignidade homenageada;
coroa mural de ouro: ... etc ..., já estabelecida
em nosso Armorial para as cidades importantes;
ramos de café: economia maior do município;
frutificado de sua cor: apresentado em seu estado natural;
divisa AEQUE AURUM AURA, traduzindo: Tal como o ouro,
a altura (ou renome, fama, glória, etc);
de ouro em fitão de sinople: letras de ouro sobre
fita verde: evocação das cores nacionais.
Guilherme de Almeida
:: DATAS IMPORTANTES ::
20/08/1765 - Data da notícia oficial da descoberta
03/03/1775 - Data da fundação da primitiva Frequesia
28/06/1820 - Data da restauração da frequesia, no
local atual.
24/12/1824 - Data da missa inaugural do altar mor da igreja
INFORMAÇÕES OFICIAIS OBTIDAS JUNTO AO DECRETO MUNICIPAL
Nº 2489 DE 16/12/2003 E SEU ANEXO.
OBSERVAÇÃO: Este resumo da história de Caconde foi
elaborado por Dr. Nestor Ribeiro Neto (Prefeito Municipal de Caconde, administração
2001 2004), e teve como fonte principal de pesquisa o livro MEMÓRIAS
DA CIDADE DE CACONDE de autoria de ADRIANO CAMPANHOLE, EDIÇÃO
1979.
:: O MUNICÍPIO DA ESTÂNCIA CLIMÁTICA DE CACONDE
::
A ESTÂNCIA CLIMÁTICA DE CACONDE está localizada na
porção nordeste do Estado de São Paulo, distante
290 km da capital, 190 km de Campinas e 180km de Ribeirão Preto.
Tem extensão territorial de 471 km2, com uma malha rodoviária
de 1.500km. A sede está situada numa altitude média de 860
metros. Os pontos turísticos estão situados em altitude
superior a 900 metros e o ponto turístico mirante tem altitude
de 1.189 metros. Temos também a pedra suspensa que está
numa altitude de 1.192 metros e o Cristo Redentor com altitude de 950
metros.
Ao norte, confronta com os municípios de Tapiratiba-SP e Muzambinho-MG
com a coordenada geográfica 21º2507 de latitude
Sul, coordenada UTM de 7.630.000 metros em relação ao equador;
A Nordeste confronta com Muzambinho-MG. A Leste confronta com Muzambinho-MG
e Botelhos-MG, com a coordenada geográfica 46º 30 05
de longitude oeste, coordenada UTM de 343.000 metros com relação
ao fuso 23. A Sudeste confronta com Botelhos-MG e Poços de Caldas.
Ao Sul confronta com Poços de Caldas-MG e Divinolândia-SP,
com coordenada geográfica 21º 40 19 de latitude
sul, coordenada UTM de menos 7.601.000 metros em relação
com a linha do equador. A sudoeste confronta com Divinolândia-SP.
A oeste confronta com São José do Rio Pardo-SP e Tapiratiba-SP,
com coordenada geográfica 45º 4610, coordenada
UTM de menos 317.000 metros com relação ao fuso 23; a Noroeste
confronta com Tapiratiba-SP.
Está localizada na serra da Mantiqueira, formada a princípio
pela Mata Atlântica. Atualmente encontram-se áreas de cerrado,
reflorestamento e principalmente vegetação secundária.
A temperatura média anual é de 20º C. É banhado
pelos rios São João, São Miguel, Bom Jesus e pelo
rio Pardo. Clima de excelente qualidade.
:: ORIGEM DO NOME ::
O nome CACONDE aparece desde 1771, grafado de diversas formas, como
apelido a Freguezia de Nossa Senhora da Conceição do Bom
Sucesso do Rio Pardo. Em 1786 Cacundas, em 1797 Caconda, 1823 Caconde,
1829 Freguezia de Nossa Senhora da Conceição do Rio Pardo
de Caconde, 1832 Freguezia de Caconde e, finalmente, a partir de 1835,
passa a ser apenas Caconde.
Há duas correntes para sua origem.
A primeira, de origem lingüística tupi-guarani. João
Mendes Caldeira no seu Dicionário Geográfico da Capitania
de São Paulo, diz que Caconde é corruptela de qua-quéo-nd-e;
quebrada bem notável por onde passam muitos. E explica: de qua-quéo
passarem muitos; nd intercalação para ligar
o o ao e por causa da nasalidade da pronúncia
da palavra anterior; e, distinto, à parte. Afirma o
mesmo autor, que, segundo o padre A R. de Montóia, a palavra Caconde
é Também grafada Caquéo e Ca-que-nd-e.
A segunda hipótese é de origem africana, em razão
da presença de negros Cacundas na área. Laudelino Freire,
em seu Dicionário, registra Cacundas como sendo negros
provenientes de Angola, muito valentes e bons carregadores.
Caconda era uma povoação da África Portuguesa Ocidental,
presídio e capital do Conselho de Caconda, cujo presídio
foi fundado em 1682 por João da Silva e Souza, governador de Angola.
:: BREVE HISTÓRICO DA CIDADE ::
O descobrimento do Município de Caconde é atribuído
ao Capitão Pedro Franco Quaresma, que em 1755 estava no então
arraial de Jacuí, bem próximo à região de
Caconde. Entre os anos de 1755 a 1765 Capitão Quaresma esteve junto
com outros Paulistas, fazendo descobertas na região entre o rio
Sapucaí, o rio Grande, o rio Pardo e o caminho de Goiases e afluíram
para essa região a procura de ouro.
A primeira notícia oficial da descoberta do território do
atual Município de Caconde foi dada pelo então Sargento
JERÔNIMO DIAS RIBEIRO a D. Luis Alexandre de Souza Menezes, governador
de Santos, em carta datada de 20 de agosto de 1765. Os registros históricos
de 1765 apontam como nome NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DAS
CABECEIRAS DO RIO PARDO. Este sertanista e militar desconhecia que o governo
de São Paulo havia sido restabelecido e que era seu capitão
general D. Luiz Alexandre de Souza Menezes, razão pela qual a carta
foi enviada ao Governo de Santos.
Com a notícia da descoberta de ouro e de que este era farto (mas
na verdade os resultados não foram auspiciosos), o povoado se desenvolve
às margens do Ribeirão Bom Sucesso. Os mineradores abandonaram
as catas, mas os que se dedicavam à agricultura permaneceram na
região e outros agricultores chegaram às terras de cultura
para cultivá-las.
O dia 02 de março de 1775 é a data que deve ser considerada
como fundação da primitiva Freguesia, pois o primeiro livro
de batizado foi aberto e datado nesta data. Foi criada pelo Padre Francisco
Bueno de Azevedo e denomina-se FREQUEZIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
DO BOM SUCESSO DO RIO PARDO. De acordo com o Regimento das Minas era obrigatório
que cada descoberta de mina recebesse o nome do santo, ou santa de devoção
do descobridor.
A Paróquia de Caconde foi desmembrada da vigária de Mogi
Mirim e segundo o historiador Adriano Campanhole, o dia exato da criação
da Freguesia de Caconde, no Bom Sucesso, é 02 de março de
1775, data, também, que o Padre Bueno de Azevedo deve ter chegado
no arraial. O primeiro batizado que se tem notícia tem data de
11 de junho.
Outra versão permite que a Igreja adote a data de 19 de março
de 1775, que vem sendo comemorada, prevalecendo à emoção
e a devoção sobre a historiografia, por ter havido festividades
religiosas na freguesia, em 19 de março de 1775.
A florescente povoação entrou em decadência, em razão
da escassez de ouro nas catas e faisqueiras, e a população
transferiu-se para o local denominado Barra do Bom Jesus, no lugar denominado
Silvas, distante 3 quilômetros da cidade, onde havia sido descoberto
ouro por Inácio Preto de Morais no ano de 1781.
Entre essa data e 1820, com a escassez do ouro, tanto no Bom Sucesso,
quanto no Bom Jesus, os que se dedicavam à agricultura permaneceram
na terra e muitos outros vieram assenhorear-se do que restava, requerendo
sesmarias, ou mesmo obtendo glebas por compra e posse. No ano de 1810/1811
verificaram-se numerosas posses e pedidos de sesmarias. O ciclo da agricultura
predomina.
Existiu núcleo populacional no Bom Sucesso, outro em São
Mateus e no Bom Jesus, mas a Igreja Matriz sempre esteve no Bom Sucesso.
Permaneceu por alguns anos sem vigário e eclesiasticamente vinculada
a Paróquia de Cabo Verde, como bairro do Bom Sucesso.
Data de 27 de junho de 1820 o último falecimento registrado no
livro de enterramentos no Cabo Verde e no Bom Sucesso. Nessa
época a Igreja do Bom Sucesso já estava em ruínas
e provavelmente os moradores já haviam solicitado a restauração
da Freguezia ao visitador diocesano padre Antonio Marques Henrique quando
este passou em Cabo Verde em 08/08/1918.
A iniciativa da restauração da Freguezia é do alferes
Manoel Alves Moreira Barbosa, que em 29 de fevereiro de 1820 enviou carta,
por ele assinada, ao capitão-mor de Mogi-Mirim, José dos
Santos Cruz, pedindo apoio para obtenção de licença
para construção de nova capela.
A restauração de Caconde é de 28 de junho de 1820,
no local em que se encontra hoje.
A Paróquia não possuía patrimônio para construção
da Igreja e Miguel da Silva Teixeira e sua mulher, Maria Antonia dos Santos
doaram, 103 alqueires de terras, correspondente a um quarto de légua
em quadra, a Nossa Senhora da Conceição, para construção
da nova Igreja Matriz, em 28 de dezembro de 1822. Os doadores possuíam
no total 1.022 alqueires de terra.
Doado o terreno, inicia-se a construção da Igreja Matriz,
no local onde está hoje. Diz à tradição que
a primeira missa foi celebrada em 24 de dezembro de 1824. Nesse dia, foi
celebrada a missa inaugural do novo templo, apenas o altar-mor.
Entretanto, esse dado não é correto, pois essa data pode
ter sido a missa de inauguração. Mas, em 19 de março
de 1823, foi passada provisão ao Padre Carlos Luis de Melo, que
passou a celebrar missas. A 08 de outubro, foi passada nova provisão
e a provisão de funcionamento da Igreja é de maio de 1824.
Em 1828, a Igreja Matriz já obtivera provisão e benção
e compunha-se, unicamente, de capela-mor.
A primitiva matriz possuía uma porta frontal e duas portas de cada
lado, com degraus de pedra. Era coberta de telhas e possuía duas
torres. Na parte frontal três varandas, com um cruzeiro na frente
e junto dele um chafariz.
A Igreja passou por reformas no período de 1917 a 1920. Inicia-se,
neste ano, a reforma das torres, desaparecendo as duas torres para construir
apenas uma central, cuja obra terminou provavelmente em 1924.
Em 08 de dezembro de 1939, a Igreja já contava novamente com duas
torres. Essas duas torres foram modificadas junto com a parte externa
para alcançar estilo românico puro, sendo inaugurada em 19
de março de 1975, quando a paróquia festejou o segundo centenário.
Em 1828, a população do povoado era de 100 habitantes e
1600 em toda Freguezia. Pertencia a Mogi-Mirim. Após movimento
para iniciar a vida política, em sessão de 06 de abril de
1828, a Câmara Municipal de Mogi-Mirim nomeou o Capitão Domiciano
José de Souza para exercer o cargo de Juiz de Paz, José
Barbosa Guimarães para suplente e Joaquim Alves Moreira para o
cargo de escrivão. Nesse mesmo ano, a Câmara de Mogi Mirim
autorizou na Freguezia de Caconde três eleitores e procedeu a qualificação
dos eleitores que estariam aptos para eleger pelo voto direto o Juiz de
Paz e seu suplente.
Em 08 de dezembro de 1828, na Igreja Matriz realizaram-se as primeiras
eleições, presidida pelo juiz de paz Domiciano de Souza
e pelo padre Carlos Luis de Melo. Foram eleitos: capitão Domiciano
José de Souza, Vigilato José de Souza, Padre Carlos Luis
de Melo, Flávio Antonio Martins Ferreira, José Custódio
Dias, Francisco Ribeiro do Vale e Joaquim Alves Moreira.
O movimento para elevar a Freguezia de Caconde à Vila iniciou-se
no ano de 1863, cujo projeto de lei foi apresentado na Assembléia
pelo Deputado Casemiro Macedo e após inúmeras discussões
foi aprovado em 31 de março de 1864. O presidente da província
sancionou a Lei nº 6 em 5 de abril de 1864, elevando a Freguezia
de Caconde à categoria de Vila.
A primeira eleição para Vereadores ocorreu em 7 de setembro
de 1864, quando Caconde possuía 734 eleitores, sendo a Câmara
Municipal instalada em 21 de janeiro de 1865.
Caconde pertenceu às comarcas de Jundiaí, 1775; Itu, 1811;
Campinas, 1833; Franca, 1839; Mogi Mirim, 1852; Casa Branca, 1872.
Preocupada em ter uma justiça própria, em 10 de março
de 1866, a Câmara Municipal iniciou o trabalho, visando à
nomeação de um juiz formado para prestação
da Justiça e desvinculado de Casa Branca. Este trabalho perdurou
até 25 de fevereiro de 1874, quando o Deputado Antonio Pinheiro
Hulha Cintra, em sessão de 25 de fevereiro de 1874, apresentou
projeto de lei para destacar os termos de Caconde e São Sebastião
da Boa Vista da Comarca de Casa Branca.
O projeto foi aprovado e sancionado a lei nº 10 em 24 de março
de 1874, criando a comarca de Caconde.
Em 09 de março de 1883, foi sancionada a lei nº 10 nº
09 de março de 1883, elevando à categoria de cidade a Vila
de Caconde.
Em 05 de abril de 1966, Caconde foi constituída em Estância
Climática, através da Lei Estadual nº 9.275, após
aprovação de projeto de lei do Deputado Mantelli Neto.
:: ATUALIDADES ::
Segundo o Censo de 2000, Caconde possui população rural
de 6.559 pessoas e população urbana de 11.817. Há
9.323 homens e 9.053 mulheres.
Há 12.254 eleitores em outubro/2003 e 4.612 estudantes.
(A população total do município, hoje, está
estimada em 19.064 habitantes segundo o IBGE).
A atividade econômica predominante é agropecuária
com destaque para o café, com predominância para médias
e pequenas propriedades.
A atividade industrial de Caconde é pequena e está centrada
na área de confecção, com tendência a um bom
crescimento, tornando-se geradora de emprego rápido e atividades
ligadas ao agro-negócio, incluindo nessa modalidade olarias e exploração
de madeira.
A atividade comercial de Caconde é boa, atendendo as necessidades
e demanda da população.
Caconde, Estância privilegiada pelo seu clima, pela rara beleza
de sua paisagem, pelos atrativos naturais, pelo lago da represa Caconde,
antiga graminha, pela sua história, pela sua cultura, pelos prédios
históricos, pelos seus filhos que fizeram história, pelos
seus eventos religiosos, culturais e artísticos, além de
outros, tem, na exploração turística, uma grande
alavanca para o desenvolvimento de Caconde, a médio e longo prazo.
Temos os pontos e belezas naturais mais belas, bastando apenas que sejam
lapidados e preparados para receber o turista.
A infra-estrutura básica de Caconde, ou seja, energia elétrica,
água, esgoto, limpeza pública, coleta de lixo orgânico
e coleta de lixo reciclável atingem 99% da população
cacondense.
Na área de saúde e educação, o Município
atende as necessidades básicas da população.
:: HINO OFICIAL ::
O hino a Caconde foi composto em 1965 e oficializado em 1987 através
da Lei Municipal nº 1.483 de 18 de novembro de 1987. A letra é
de Paulo Cerqueira Luz e Música de Maria Ruth Luz.
Caconde, cidade morena Graminha que é hoje Barragem
De vida serena Dá nova roupagem
Que alegra e apraz Á vista sem par
Cativa a quem te visita Os vales tão verdes de outrora
A paisagem bonita Imersos agora
Ó Estância da paz Parecem um Mar
Avistas a Faisqueira Palmeiras Altas, formosas
Que é a fronteira Ao lado das rosas
De Minas Gerais Quais jóias em flor
Teu clima saudável
Teu povo amável Na fonte sonora
Não se esquece Jamais Que a noite decora
De luz e de cor
Estribilho És a terra dos passarinhos
Dos canários amarelinhos
Do café que tem sabor
Dos carros cantadores
Dos vasos de belas flores
Aos pés do Cristo Redentor
:: MEMORIAL JUSTIFICATIVO DO BRASÃO DE ARMAS DE CACONDE ::
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O Brasão de Armas de Caconde foi instituído através
da Lei Municipal nº 555 de 28 de novembro de 1961, que fora aprovado
pela Câmara Municipal em 24 de novembro de 1961. Era Prefeito
na época o Sr. José Orrico e Presidente da Câmara
o Prof. Dr. Heitor de Almeida Ribeiro. |
O Brasão de Armas de Caconde é figura central da Bandeira
do Município e tem o seguinte memorial justificativo e explicativo.
escudo português (ou redondo) já consagrado pela
nossa Heráldica de Domínio, a lembrar a raça descobridora
e formadora;
de blau, isto é, azul, cor do céu, apta a receber
os símbolos que se seguirão: montes e crescente-de-lua que
contra o céu se vêem;
montes de ouro e prata, referente a acidente geológico
local, aquela região empolada de montanhas (apud Umbelino
Fernandes), à extração de ouro preponderante na história
de Caconde; diz-se heraldicamente na ponta para significar o
terço inferior do campo de um escudo, isto é, a terra que
é onde jaz o ouro;
nascente e em pala, é dizer, surgindo de entre os
montes e posto em posição vertical no escudo;
um almocrafe, símbolo central destas armas, instrumento
típico da Era Bandeirante, pela primeira vez empregado no Armorial
e, pois, a grande trawaille deste projeto, é o almocrafe
um sacho pontudo empregado nos faiscamento do ouro: característica
histórica de Caconde, que ainda guarda, como relíquias, as
suas famosas faisqueiras;
ao natural: quer dizer, representado em sua cor normal;
crescente de lua de prata: emblema religioso de Nossa Senhora
da Conceição, padroeira da cidade;
no chefe: quer dizer, no terço superior do escudo,
posto de honra reservado à mais alta dignidade homenageada;
coroa mural de ouro: ... etc ..., já estabelecida
em nosso Armorial para as cidades importantes;
ramos de café: economia maior do município;
frutificado de sua cor: apresentado em seu estado natural;
divisa AEQUE AURUM AURA, traduzindo: Tal como o ouro,
a altura (ou renome, fama, glória, etc);
de ouro em fitão de sinople: letras de ouro sobre
fita verde: evocação das cores nacionais.
Guilherme de Almeida
:: DATAS IMPORTANTES ::
20/08/1765 - Data da notícia oficial da descoberta
03/03/1775 - Data da fundação da primitiva Frequesia
28/06/1820 - Data da restauração da frequesia, no
local atual.
24/12/1824 - Data da missa inaugural do altar mor da igreja
INFORMAÇÕES OFICIAIS OBTIDAS JUNTO AO DECRETO MUNICIPAL
Nº 2489 DE 16/12/2003 E SEU ANEXO.
OBSERVAÇÃO: Este resumo da história de Caconde foi
elaborado por Dr. Nestor Ribeiro Neto (Prefeito Municipal de Caconde, administração
2001 2004), e teve como fonte principal de pesquisa o livro MEMÓRIAS
DA CIDADE DE CACONDE de autoria de ADRIANO CAMPANHOLE, EDIÇÃO
1979.
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